domingo, 8 de julho de 2012

MARTINS, MIRAGAIA, DRAÚSIO E CAMARGO


80 ANOS DA REVOLUÇÃO DE 1932


Nesta segunda-feira (9), a Revolução Constitucionalista de 1932 completa 80 anos. Também denominado MMDC, o movimento armado ocorreu entre 9 de julho e 4 de outubro daquele ano. Seu objetivo era derrubar o Governo Provisório de Getúlio Vargas e promulgar uma nova Constituição para o Brasil. Na verdade, foi uma insurgência contra a Revolução de 1930. Este movimento revolucionário impediu que o presidente eleito e diplomado Júlio Prestes assumisse a presidência da República. Este ato de força de Vargas invalidou todos os efeitos da  Constituição de 1891, extinguiu a autonomia dos estados brasileiros e mergulhou o Brasil em mais uma passagem sombria de sua história democrática. Dia 8 de maio de 1945, com o término da Segunda Guerra Mundial, a volta dos pracinhas ao Brasil, revigora o ideal democrático. O mundo havia experimentado os horrores do nazi-fascismo e a história começa a ser passada a limpo.
Hoje, o  9 de julho é a data cívica mais importante do estado de São Paulo. Para nós, paulistas, a Revolução de 1932 é o maior movimento cívico de nossa história. A Lei 2.430, de 20 de junho de 2011, gravou na história os nomes de Martins, Miragaia, Draúsio e Camargo, que forma o MMDC, heróis paulistas que derramaram seu sangue pela dignidade do povo paulista. Foram 87 dias de combate, um saldo oficial de 934 mortos e uma nova Constituição Federal em 1934. Em São Paulo, no Parque do Ibirapuera, está o Obelisco da Revolução de 1932, obra de Galileo Emendabili, pai de Fiammenta Emendabili Loureiro Gama, viúva do jornalista Maurício Loureiro Gama, de saudosa memória. Segue abaixo, um texto de autoria do ministro José Celso de Mello Filho, reportando-se ao Dia  9 de Julho.




Texto do Ministro Celso de Mello


"A Revolução Constitucionalista de 32, cuja data magna é anualmente celebrada (e reverenciada) pelo povo de São Paulo no dia  9 de Julho! Voluntários da minha "Alma Mater", que formaram o "Batalhão Acadêmico", não hesitaram em empunhar armas em defesa da ordem democrática, reivindicando, para o Brasil e para o nosso povo, a redemocratização do Estado e o fim do governo pessoal de Getúlio Vargas! Muitos não voltaram... Cairam no campo da honra... Foram levados pelas Valquírias! "Viveram pouco para morrer bem/ Morreram jovens para viver sempre", como exaltado no verso entoado por Guilherme de Almeida, gravado com palavras de fogo, que foram entronizadas, para sempre, no Panteão dos Heróis de 32, no Obelisco construído por Galileo Ugo Emendabili, situado no Parque do Ibirapuera! Os estudantes do Largo de São Francisco, movidos pelo sonho que lhes impulsionava o coração juvenil e tocados por um sopro generoso de encantamento que lhes animava e inundava o espírito solidário, souberam viver intensamente o ideal poético cantado pelo estro de Tobias Barreto, fazendo-o com a convicção dos que sabem que é justa a sua causa, a causa pela qual foram capazes de doar aos pósteros o valor último, o bem mais precioso e supremo, a sua própria vida. "Quando se sente bater, no peito, heróica pancada/ Deixa-se a folha dobrada, enquanto se vai morrer"! As jornadas revolucionárias de 1932, não obstante a derrota militar dos paulistas, provocaram a eleição popular (e democrática) de uma Assembléia Constituinte que, reunida entre 1933 e 1934 (os seus trabalhos preparatórios foram presididos por um Juiz do Supremo Tribunal Federal, o Ministro mineiro Hermenegildo de Barros), votou, aprovou e promulgou uma das mais importantes Constituições Brasileiras, a Constituição Federal de 16 de julho de 1934, marco fundante e inaugural, em nossa história política, do constitucionalismo social!"



Um comentário:

Fausto Machado disse...

Ministro Celsinho de Mello,
O que seria Alma Mater?
Fausto Machado
jurista de Tatuí-SP