DIVULGAÇÃO DE DOCUMENTO PÚBLICO IRRITA
PREFEITURA E PROVEDORIA DA SANTA CASA
Nesta sexta-feira (13), “dia do azar”,
uma entrevista coletiva na Maternidade de Tatuí deixou patente que a divulgação
de documentos públicos deixaram irritadíssimos o prefeito José Manoel Correa
Coelho (Manu) e a provedoria da Santa Casa de Misericórdia de Tatuí. Estes
documentos apontavam um fato gravíssimo que poderá ocorrer com as gestantes a
partir de 1º de março, caso a Maternidade não disponha de um médico obstreta no
período noturno. A entrevista coletiva foi frustrante do ponto de vista
jornalístico. Um cidadão de uma rádio de Boituva fez algumas inferências
totalmente infundadas e sem nada a ver com o problema principal que é a falta
do médico obstetra. O jornalista Christian Pereira de Camargo indagou se no dia
1º de março o problema estaria solucionado na maternidade. As respostas foram
evasivas e sem nenhuma certeza. O médico João de Oliveira Filho disse que a
maternidade precisa contratar este profissional obstetra para o período
noturno. Sua resposta foi também evasiva e deixou dúvidas se no dia 1º de março
esta contratação, que mobilizou a imprensa e as redes sociais esta semana, será
totalmente resolvida. No entanto, um fato chamou a atenção. Um “circo” armado
pelo diretor de comunicação da Prefeitura, tentou sensibilizar os jornalistas
presentes. Num ato de arroubo e excessiva bondade, o prefeito Manu saca uma
caneta e na frente das câmeras assina um repasse de verba para a Santa Casa no
valor de R$ 460 mil. Na verdade, depois de ser criticado na Câmara Municipal,
na Rádio Notícias e nas redes sociais, o que o “marqueteiro” de plantão tentou
passar para a imprensa é que este generoso gesto do prefeito é uma verdadeira
“tábua de salvação” para nosso único hospital público.
ÚNICO MOMENTO DE ESCLARECIMENTO
A sensatez da coletiva foi registrada
nas palavras da médica Maria Laura Lavorato Matias, diretora clínica da Santa
Casa. Ela não tentou esconder a verdade e revelou à imprensa que o problema da maternidade iniciou-se em maio
de 2014, agravou-se em novembro do ano passado e chegou ao seu ápice agora em
fevereiro. Um problema que se arrasta há 10 meses, bem maior que o prazo normal
de uma gestação (nove meses), que somente poderá ser solucionado com o “ensurdecedor
barulho da imprensa”. Se o documento foi vazado para alguns jornalistas,
certamente, é porque ainda existem em Tatuí pessoas responsáveis e com alto
espírito público. Este documento contém uma frase de extrema gravidade: “existe
risco iminente aos munícipes”. Só este trecho já justifica o alto interesse público
de que o fato venha a conhecimento da população. Como foi dito nesta entrevista
coletiva pelo jornalista José Reiner Fernandes, que detinha em suas mãos cópias
dos documentos: “No Estado Democrático de Direito não se privilegia o
mistério”. Esta frase consta de inúmeras decisões do ministro Celso de Mello,
decano do Supremo Tribunal Federal (STF), em suas memoráveis decisões
favoráveis à liberdade de imprensa e da livre expressão no Brasil”.
MATERNIDADE PODE FICAR SEM
OBSTETRA
Jornal Integração (14/2/2-15) – A crise no sistema da saúde pública
de Tatuí ganhou um novo capítulo esta semana. Na segunda-feira (9), a médica
Maria Laura Lavorato Matias, diretora clínica da Santa Casa de Misericórdia de
Tatuí, protocolou na Secretaria Municipal de Saúde, ofício de “Notificação à
Secretaria de Saúde”, no qual informa que a partir de 1º de março de 2015,
“todas as gestantes de qualquer idade gestacional sejam encaminhadas ao Pronto
Socorro Municipal para ser atendidas e encaminhadas via CROSS (Central de Regulação
de Oferta de Serviços de Saúde) para referência”.Mesmo assim, relata o ofício, “apesar da situação estaremos com
um plantonista à disposição para esclarecer dúvidas e orientar condução dos
casos emergenciais, bem como a retaguarda das enfermeiras que não podem ficar
descobertas”.A notificação esclarece o motivo da decisão. Segundo o documento
oficial, “a coordenação da Maternidade informou que a escala de auxílio
obstétrico estará desfalcada a partir de 1º de março, devido à dissidência
sobre o segundo profissional Obstetra; portanto devido ao risco iminente aos
munícipes, no período noturno não poderá ser realizado a contento atendimento
de Pronto Socorro na Maternidade”.
Se até o próximo dia 1º de março nenhuma atitude for tomada, a
Santa Casa deixará de atender as gestantes no período noturno, em situação de
emergência. As gestantes, a partir de então, deverão ser encaminhadas a outros
hospitais da região.
Salários dos funcionários estão
atrasados
Segundo apurou a reportagem do Jornal Integração, a provedoria
da Santa Casa esteve reunida na terça-feira (10) para discutir a questão do
atraso no pagamento dos funcionários e tentar revertê-la. Uma fonte da
Secretaria Municipal da Saúde revelou que o “corre corre” foi grande, a partir
do momento que a informação do ofício-notificação chegou à imprensa local. O
jornal também obteve a informação que até a terça-feira (10), os salários dos
funcionários da Santa Casa ainda não haviam sido pagos. A crise no hospital é
iminente. A provedora Nanete Walti de Lima garante que os funcionários do
hospital foram pagos e que o atraso é em razão de atrasos das verbas do SUS.
A nova diretoria da Santa Casa foi eleita no último dia 9 de
janeiro e ficou assim constituída: Nanete Walti de Lima (provedora), Máximo
Machado Lourenço (vice-provedor), João Prior (tesoureiro), Alexandre de Novais
do Carmo (secretário), Vanessa Carvalho Hessel (mordomo 1), Tirza Luiza de
Mello Meira (mordomo 2) e Silvonei Rosembach Rosa (mordomo 3).
Em dezembro de 2014, durante reunião de diretoria, a provedora
Nanete Walti Lima informou aos então membros da direção do hospital que a Santa
Casa de Misericórdia de Tatuí deveria fechar o ano de 2014 com um déficit em
torno de R$ 2 milhões. Até o mês de outubro, entidade já registrava saldo
negativo de R$ 1.513.533,71. Em 2013, o déficit ficou em R$ 2,38 milhões, com
prejuízo mensal em torno de R$ 230 mil.
DILMA PODE TER NOME DE NOVO MINISTRO
Nos bastidores do Poder Judiciário comenta-se que a presidente Dilma Rousseff poderá nomear Mauro Campbell para a vaga deixada pelo ministro Joaquim Barbosa no Supremo Tribunal Federal (STF). Campbell é magistrado e possui excelente currículo. Se houver esta nomeação poderá ser a alegria de todos os poupadores que reclamam perdas em planos econômicos. Esta ação só não volta na pauta do STF porque, sem esta nomeação, não existe quorum para a votação. Na ação dos poupadores, três ministros se declararam impedidos de participara do julgamento. Como o STF, no momento, possui dez ministros, o quorum mínimo é de oito ministros. Esta demora de Dilma em completar o quadro do STF só beneficia as instituições financeiras enquanto a ação encontra-se paralisada no Supremo Tribunal Federal (STF).
MAIS UMA INVERDADE OFICIAL?
Para algumas pessoas algo estranho está acontecendo na
Prefeitura de Tatuí. O Departamento de Comunicação, dirigido por Alexandre
Scalise, para justificar a publicação de um “Diário Oficial do Município”
apresentou uma despesa de R$ 592 mil em publicações no ano passado, deixando
transparecer que este valor era pago para os jornais locais de Tatuí. O fato
foi devidamente esclarecido pela direção do Jornal Integração, na primeira
página da edição deste fim de semana (ver www.jornalintegracao.com.br). No entanto, tudo leva a crer que exista mais
uma “inverdade oficial” na primeira edição do “Diário Oficial do Município”. O
prefeito José Manoel Correa Coelho (Manu) informou que com a impressão do novo
jornal a Prefeitura vai gastar R$ 270 mil por ano. No entanto, este valor
apresentado pelo alcaide não corresponde à Nota de Empenho à empresa NG Editora
Jornalística ME sob número 323/0-2015, de 7/1/2015. No histórico está grafado
“Prestação de Serviço de Impressão do Jornal Oficial do Município. Quantidade:
10. Unitário: R$ 34.205,00. Total: R$ 342.050,00” (em anexo). O valor
está bem acima aos R$ 270 mil divulgados pelo prefeito Manu. Outro fato que
chama a atenção neste empenho e que a Câmara Municipal de Tatuí necessita requerer um melhor esclarecimento ao prefeito e ao Departamento de Comunicação é a forma
como foi feito o Empenho 323/0-2015. Se a quantidade 10 (dez) refere-se a
dez edições ao custo unitário por edição no valor de R$ 34.205,00? Se a resposta for positiva, o Poder Legislativo de Tatuí pode, num simples raciocínio
aritmético, multiplicar o custo unitário de cada edição por 52 semanas (um
ano) e avaliar quanto vai custar aos
cofres públicos a nova publicação.