EMBAIXADOR DO VATICANO EM
BRASÍLIA
Dia
13 de março, após a eleição na Capela Sistina, no Vaticano, o papa Francisco
entregou seu solidéu ao arcebispo Dom Lorenzo Baldisseri, secretário do
Conclave e da Congregação para os Bispos. Dom Lorenzo, ex-núncio apostólico do
Brasil, foi pego de surpresa pelo novo papa. Com este gesto, segundo
vaticanistas, Dom Lorenzo, italiano da região da Toscana, será um futuro
cardeal, a ser criado (expressão utilizada pelo Código de Direito Canônico), em
Consistório pelo novo papa.
DOM LORENZO E O STF
Dom
Lorenzo é um velho conhecido do ministro Celso de Mello. Quando Núncio
Apostólico (embaixador do Vaticano) em Brasília, o arcebispo esteve diversas
vezes no Supremo Tribunal Federal (STF). Durante longas conversas, Dom Lorenzo
pôde discutir com o ministro tatuiano, relevantes questões envolvendo Direito
Internacional Público. Naquele momento, o Brasil e a Santa Sé, haviam acabado
de assinar, na Cidade do Vaticano, o acordo bilateral que regulou e instituiu o
Estatuto da Igreja Católica Romana em nosso País.
ESTATUTO DA IGREJA CATÓLICA
Dia 11 de fevereiro de 2010, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
promulgou o acordo assinado em 2008 pelo governo brasileiro com a Santa Sé
(Vaticano), que define o Estatuto Jurídico da Igreja Católica no Brasil. Um dos
pontos polêmicos, o acordo destaca a importância do ensino religioso,
"católico e de outras confissões" e o considera "disciplina dos
horários normais das escolas públicas de ensino fundamental", embora de
matrícula facultativa. Em 30 de julho de 2010, a Procuradoria Geral
da República impetrou uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI), requerendo
que o Supremo Tribunal Federal “realize
interpretação conforme a Constituição do art. 33, caput e §§ 1º e 2º, da Lei nº
9.394/96, para assentar que o ensino religioso em escolas públicas só pode ser
de natureza não-confessional, com proibição de admissão de professores na
qualidade de representantes das confissões religiosas”. Na sessão plenária de
26 de novembro de 2012, a
ação foi retirada de pauta, em face da aposentaria do ministro relator Carlos
Ayres Britto. Esta questão ainda vai entrar na pauta de julgamento do STF.
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