Monumento à FEB na Praça Paulo Setúbal, em Tatuí.
MUNDO COMEMORA
“DIA DA VITÓRIA”
Dia 8 de maio
de 1945, após seis anos de sangrentos combates na Europa, foi oficialmente
anunciado o “Dia da Vitória” da Segunda Guerra Mundial (1939/1945). Os
exércitos nazi-fascistas, comandados por Adolf Hitler, composto pelo Eixo
(Alemanha, Itália e Japão), assinaram a rendição e, finalmente, terminou o
conflito que pôs em risco a democracia e dizimou milhões de vidas.
O Brasil, em
plena época da ditadura de Getulio Vargas, também se obr igou
a participar da Segunda Guerra Mundial, depois que submarinos alemães afundaram
navios br asileiros em nossa costa
marítima, provocando muitas mortes. Após alguns meses, e sob forte pressão
popular, o governo de Vargas formou a Força Expedicionária Brasileira (FEB).
Foram convocados 25.354 soldados em todo o território nacional, formando três
divisões completas.
Depois de
preparados nas unidades do Exército, no alvorecer do dia 2 de julho de 1944, o
primeiro escalão da FEB embarca no navio americano “Gen Mann”. Dia 16 de julho,
a tropa desembarca no porto de Nápoles, na Itália, e se incorpora ao 5º
Exército dos Estados Unidos. Durante sua permanência em combate, os
expedicionários br asileiros lutaram
em duas frente, denominada Linha Gótica. Esta linha representava uma das
últimas barreiras ao avanço aliado, em direção ao norte, a partir da Itália. A
primeira região ocupada pelos expedicionários br asileiros foi a do Rio Serchio, no outono de 1944.
E, a segunda, no vale do Rio Reno, na cordilheira dos Montes Apeninos. Durante
dois meses, os soldados br asileiros
enfrentaram um rigoroso inverno, com temperatura até 20 graus abaixo de zero.
Uma ofensiva gloriosa
A ofensiva br asileira nos campos de batalhas da Itália, cenário
da guerra para os pracinhas da FEB, foi coroada de êxito, contemplando muitas
vitórias e importantes conquistas para as Forças Aliadas (União Soviética,
Estados Unidos e Império Britânico). As batalhas que marcaram a participação
dos br asileiros neste conflito
mundial foram “Camaiore” (18 de setembr o
de 1944), “Monte Castelo” (21 de fevereiro de 1945). “Montese” (14 de abr il de 1945), “Socca” ( 20 de abr il de 1945). “Fornovo di Taro” e “Collechio” (28
de abr il de 1945). Nestes combates,
a Força Expedicionária Brasileira capturou mais de 20 mil soldados alemães e
sofreu 465 baixas. Os pracinhas foram sepultados no Cemitério de Pistóia, hoje “Monumento
Volitivo de Pistóia”. Em um dos túmulos foi sepultado o expedicionário tatuiano
José Fernandes da Silva (Juquita), morto em combate no dia 29 de abr il de 1945, na batalha de Collechio. O padre
Hipólito de Almeida, 1º tenente capelão, em carta que hoje
faz parte do acervo do Museu Histórico de Tatuí, assim descreve a sua morte:
“Na noite terrível de 29 de abr il,
quando o inimigo mal ferido tentava escapar de nossas mãos, fugindo em
debandada como um tigre ferido, nosso batalhão, o invicto 1º BTL do 6º
Regimento de Infantaria (RI), teve a missão de barrar-lhes os passos. O fogo se
fez mais intenso sobr e a 2ª Cia, a
que pertencia nosso estimado extinto. Às duas horas da manhã, chegou-me ao
Posto de Saúde um jeep que transportava, já sem vida, o Juquita. Nada mais
tínhamos a fazer, senão encomendar-lhe a alma a Deus, uma vez que, generoso,
tinha ele, com seu sangue, alicerçado a vitória que nos sorriu ao amanhecer do
dia. Seu corpo foi sepultado no Cemitério de Pistóia, com todas as honras
militares”.
Tatuianos lutam na Itália
Soldados de
todos os pontos do País foram convocados para participar das operações bélicas br asileiras nos campos de batalha da Itália. Vinte
expedicionários de Tatuí partiram para defender a democracia e libertar o mundo
das ideias nazi-fascistas de Adolf Hiltler, articulador deste conflito mundial.
Em solo italiano, estes tatuianos participaram da mais sangrenta guerra experimentada
pela humanidade. Neste confronto militar, de 1939 a 1945, estima-se que
foram mortas 60 milhões de pessoas. Os pracinhas tatuianos entregaram-se à luta
pelos ideais democráticos, liberdade e igualdade para todos os seres humanos.
Esta participação faz com que seus nomes fiquem gravados na história do Brasil.
Dia 8 de maio de 1990, para reverenciar a
memória destes heróis nacionais e
comemorar o Dia da Vitória, o então prefeito Wanderley Bocchi inaugurou
um singelo, mas significativo monumento, na Praça Paulo Setúbal, idealizado por
Joaquim da Silva Campos. Nesta obr a
de arte, onde presta-se homenagem aos heróis tatuianos, que participaram da
Segunda Guerra Mundial, destaca-se a seguinte inscrição: “Com heroísmo e
destemor defenderam, nos campos da Itália, os ideais de liberdade e democracia”.
E, abaixo, estão gravados os nomes dos expedicionários Amador Vieira, Antonio
Moroni, Benedito Araújo (Ramona), Benedito Mendes de Almeida, Bolívar
Conceição, Evilázio Camargo, Florindo Antunes Machado, Francisco Matias,
Francisco Mendes da Costa, Frank Barbosa Carneiro, João Arruda Rodrigues, João
de Oliveira, João Soares de Oliveira, Joaquim Bueno de Souza, Paulo Lopes
Rolim, Reinaldo Rolim, Roque Rosa, Sílvio Silvério de Lima, Alcides Gianoti
Ferrielo e José Fernandes da Silva (Juquita, morto em combate).
Nota: O expedicionário José Fernandes da Silva é tio do editor José Reiner Fernandes.
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