terça-feira, 7 de maio de 2013

SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

Monumento à FEB na Praça Paulo Setúbal, em Tatuí.

MUNDO COMEMORA
 “DIA DA VITÓRIA” 


Dia 8 de maio de 1945, após seis anos de sangrentos combates na Europa, foi oficialmente anunciado o “Dia da Vitória” da Segunda Guerra Mundial (1939/1945). Os exércitos nazi-fascistas, comandados por Adolf Hitler, composto pelo Eixo (Alemanha, Itália e Japão), assinaram a rendição e, finalmente, terminou o conflito que pôs em risco a democracia e dizimou milhões de vidas.
O Brasil, em plena época da ditadura de Getulio Vargas, também se obrigou a participar da Segunda Guerra Mundial, depois que submarinos alemães afundaram navios brasileiros em nossa costa marítima, provocando muitas mortes. Após alguns meses, e sob forte pressão popular, o governo de Vargas formou a Força Expedicionária Brasileira (FEB). Foram convocados 25.354 soldados em todo o território nacional, formando três divisões completas.
Depois de preparados nas unidades do Exército, no alvorecer do dia 2 de julho de 1944, o primeiro escalão da FEB embarca no navio americano “Gen Mann”. Dia 16 de julho, a tropa desembarca no porto de Nápoles, na Itália, e se incorpora ao 5º Exército dos Estados Unidos. Durante sua permanência em combate, os expedicionários brasileiros lutaram em duas frente, denominada Linha Gótica. Esta linha representava uma das últimas barreiras ao avanço aliado, em direção ao norte, a partir da Itália. A primeira  região ocupada pelos expedicionários brasileiros foi a  do Rio Serchio, no outono de 1944. E, a segunda, no vale do Rio Reno, na cordilheira dos Montes Apeninos. Durante dois meses, os soldados brasileiros enfrentaram um rigoroso inverno, com temperatura até 20 graus abaixo de zero.
Uma ofensiva gloriosa
A ofensiva brasileira nos campos de batalhas da Itália, cenário da guerra para os pracinhas da FEB, foi coroada de êxito, contemplando muitas vitórias e importantes conquistas para as Forças Aliadas (União Soviética, Estados Unidos e Império Britânico). As batalhas que marcaram a participação dos brasileiros neste conflito mundial foram “Camaiore” (18 de setembro de 1944), “Monte Castelo” (21 de fevereiro de 1945). “Montese” (14 de abril de 1945), “Socca” ( 20 de abril de 1945). “Fornovo di Taro” e “Collechio” (28 de abril de 1945). Nestes combates, a Força Expedicionária Brasileira capturou mais de 20 mil soldados alemães e sofreu 465 baixas. Os pracinhas foram sepultados no Cemitério de Pistóia, hoje “Monumento Volitivo de Pistóia”. Em um dos túmulos foi sepultado o expedicionário tatuiano José Fernandes da Silva (Juquita), morto em combate no dia 29 de abril de 1945, na batalha de Collechio. O padre Hipólito de Almeida, 1º tenente capelão, em carta que hoje faz parte do acervo do Museu Histórico de Tatuí, assim descreve a sua morte: “Na noite terrível de 29 de abril, quando o inimigo mal ferido tentava escapar de nossas mãos, fugindo em debandada como um tigre ferido, nosso batalhão, o invicto 1º BTL do 6º Regimento de Infantaria (RI), teve a missão de barrar-lhes os passos. O fogo se fez mais intenso sobre a 2ª Cia, a que pertencia nosso estimado extinto. Às duas horas da manhã, chegou-me ao Posto de Saúde um jeep que transportava, já sem vida, o Juquita. Nada mais tínhamos a fazer, senão encomendar-lhe a alma a Deus, uma vez que, generoso, tinha ele, com seu sangue, alicerçado a vitória que nos sorriu ao amanhecer do dia. Seu corpo foi sepultado no Cemitério de Pistóia, com todas as honras militares”.
Tatuianos lutam na Itália
Soldados de todos os pontos do País foram convocados para participar das operações bélicas brasileiras nos campos de batalha da Itália. Vinte expedicionários de Tatuí partiram para defender a democracia e libertar o mundo das ideias nazi-fascistas de Adolf Hiltler, articulador deste conflito mundial. Em solo italiano, estes tatuianos participaram da mais sangrenta guerra experimentada pela humanidade. Neste confronto militar, de 1939 a 1945, estima-se que foram mortas 60 milhões de pessoas. Os pracinhas tatuianos entregaram-se à luta pelos ideais democráticos, liberdade e igualdade para todos os seres humanos. Esta participação faz com que seus nomes fiquem gravados na história do Brasil.
 Dia 8 de maio de 1990, para reverenciar a memória destes heróis nacionais e  comemorar o Dia da Vitória, o então prefeito Wanderley Bocchi inaugurou um singelo, mas significativo monumento, na Praça Paulo Setúbal, idealizado por Joaquim da Silva Campos. Nesta obra de arte, onde presta-se homenagem aos heróis tatuianos, que participaram da Segunda Guerra Mundial, destaca-se a seguinte inscrição: “Com heroísmo e destemor defenderam, nos campos da Itália, os ideais de liberdade e democracia”. E, abaixo, estão gravados os nomes dos expedicionários Amador Vieira, Antonio Moroni, Benedito Araújo (Ramona), Benedito Mendes de Almeida, Bolívar Conceição, Evilázio Camargo, Florindo Antunes Machado, Francisco Matias, Francisco Mendes da Costa, Frank Barbosa Carneiro, João Arruda Rodrigues, João de Oliveira, João Soares de Oliveira, Joaquim Bueno de Souza, Paulo Lopes Rolim, Reinaldo Rolim, Roque Rosa, Sílvio Silvério de Lima, Alcides Gianoti Ferrielo e José Fernandes da Silva (Juquita, morto em combate).
Nota: O expedicionário José Fernandes da Silva é tio do editor José Reiner Fernandes.

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